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17 de setembro de 2017

Desperte a Dona Luísa que há em você

Ela tem 87 anos e acabou de se formar em Nutrição. Sim: 87!

Dona Luísa Valencic Ficara foi a sensação na solenidade de entrega do diploma numa universidade, em Jundiaí, interior de São Paulo, na semana passada. Depois de perder o marido e o filho, a senhora de cabelos branquíssimos decidiu não levar a vida como a maioria acha que uma senhora viúva com mais de 80 anos deve fazer. Entrou na universidade, escreveu o TCC todo à mão porque não sabe digitar e se graduou. Isso ensina muito a cada um de nós.

Dona Luísa faz um caminho que significa mais felicidade para ela. Sem escandalizar em nada aos moralistas de plantão, rompeu com padrões sociais e mentais que ditam um tempo de vida onde não se deve fazer mais nada pela primeira vez. Quem disse, né, Dona Luísa?

Na vida em sociedade, há vários roteiros pré-definidos para a gente cumprir. O adolescente tem que ser rebelde; o jovem deve se matar para estudar e conseguir um bom emprego; o adulto precisa casar e ter filhos; o idoso tem que se aposentar e dar todos os indícios de que o filme se encaminha para o final. Nada de sobressaltos, mudança de rotas ou novas histórias.


Os papéis definidos para cada um dão a cômoda sensação de que “as coisas estão no lugar”. Mas que lugar é esse? Quem disse que o modo como você vive é o certo só por que a maioria dos enredos é assim? 

Carregamos o peso de condicionamentos sociais sem confrontar nossas escolhas com o maior ou menor grau de felicidade gerado em nós. Assim, um vovô não pode se fantasiar de Homem-Aranha no carnaval; a vovó não ouse cozinhar rebolando ao som de Anitta; o jovem jamais troque a balada para declamar Camões num sarau, no sábado à noite; e o adulto não pense em morar em dez países antes de decidir se quer ter um emprego fixo, casar e ter filhos.

Mas, na verdade, há uma Dona Luísa em cada um de nós. Ela pede para respirar e escolher melhor o roteiro de nossa vida com o primado da felicidade e do significado nas escolhas. Clama por uma história que não se cansa de se reinventar quando é necessário, vencendo a preguiça, o medo e o comodismo.

Não estamos num filme com uma parte gravada e que já está sendo exibido, a ponto de não poder mudar muito e correr o risco de perder o sentido para os espectadores. Mas se a minha vida ou a sua for um filme, ele deve ser diferente de todos os outros em relação ao objetivo. Não tem que agradar ao pessoal da poltrona comendo pipoca e bebendo guaraná. O roteiro da sua vida deve encantar ao autor, a você, que pode fazer uma plateia não entender nada do meio para o final, ou só do final mesmo. Mas lhe renda o sorriso de quem percebeu um sentido mais pleno para viver. 

Faça muito mais coisas pela primeira vez. Desperte a Dona Luísa que está em você.

Dona Luisa recebe diploma de Nutrição, aos 87 anos. (Foto: Artfinal Eventos/Divulgação)


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16 de julho de 2017

Licor de Ginja, um sabor típico de Portugal

- Mas o que é ginja?
- É ginja!

Foi assim. Curto, mas não grosso, que um velhinho comerciante da Baixa do Chiado me respondeu sobre a composição do delicioso licor encontrado praticamente em cada esquina de Lisboa.

Licor de Ginja, bebida tradicional portuguesa.
Nunca tinha ouvido falar do Licor de Ginja. Mas ao ver turistas rodeando um pontinho de venda, virando um copinho com a bebida e comendo as frutas que ficavam no fundo, decidi experimentar.
Foi paixão ao primeiro gole.

O velhinho deu um pouco mais de detalhe:
- Ginja é uma espécie de cereja silvestre de Portugal.

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Contentei-me com a explicação e encantei-me com o sabor. Trouxe duas garrafas para o Brasil, que foram muito bem apreciadas por parentes e amigos.

As frutas na garrafa conservam o sabor do Licor de Ginja
Uma dica. Tente tomar dos mais tradicionais, rústicos, encontrados em vendinhas na rua, em vez dos mais industrializados de supermercado.

As frutas que vêm em algumas garrafas ajudam a manter ainda mais o sabor.

Soube também que tomar Licor de Ginja e, em seguida, comer um pedaço de chocolate meio amargo torna a experiência ainda mais marcante.